sexta-feira, 19 de junho de 2009

CRISES NERVOSAS

Crises nervosas
Reações explosivas no dia-a-dia podem se acumular e causar danos físicos, além do estrago em ambientes de trabalho e no convívio social. Aprenda a domar a fera que existe em você ou a lidar com a dos outros

PROTEJA-SE DO ATAQUESe você convive com alguém sujeito a ataques constantes, veja quais atitudes podem ajudar a acalmá-lo:
• Se ele demonstra irritação, mantenhase a distância até que a raiva passe. Essa postura diminui o risco de um conflito maior ou atitudes agressivas. • Não queira discutir a relação ou chamar a atenção do outro para o despropósito de sua reação. É melhor deixar a conversa para depois. • Não altere a voz nem discuta em tom agressivo. Fale claramente, mas com voz firme e baixa. Use um tom dócil e conciliador. Gestos tranqüilizadores e sorrisos cordiais ajudam a baixar a adrenalina do outro.

ÓRGÃOS DE CHOQUE
A cada explosão de nervos, o organismo recebe uma enxurrada do hormônio adrenalina. Esta é a mesma substância, entre outras, que é lançada no sangue quando sofremos um susto, por exemplo.

A adrenalina age contraindo os vasos sangüíneos, o que provoca palidez, tremores e taquicardia, além de suor frio. Ela prepara o corpo para uma situação de estresse. Ou seja, o organismo todo reage ou para enfrentá-la ou fugir dela. Mas assim que o medo do ataque eminente passa, tudo retorna à sua condição de normalidade. Porém, quando o organismo passa constantemente por essa condição, recebe sucessivas cargas hormonais. Isso aumenta o risco de aparecer sinais de várias doenças, como os sintomas de problemas cardíacos, respiratórios (quadros semelhantes a asma e bronquite), dermatites, cefaléias tensionais e até distúrbios como incontinência urinária. Ou seja, diversas regiões do organismo podem ser afetadas pelo excesso de explosões. No entanto, cada pessoa tem um órgão de choque que pode ser mais afetado do que os outros pela adrenalina. Dessa maneira, frente a uma situação tensa, um sujeito que sofre de gastrite nervosa, por exemplo, pode estar acostumado a engolir sapos sem reclamar e, um dia, explode por dificuldades em digerir um “girino”. “Mas não há regras. Cada um reage à sua maneira e tem esse ou aquele órgão afetado. Não dá para dizer se um indivíduo contido vai sofrer mais de gastrite do que o mais explosivo”, diz o psiquiatra José Paulo.

Sem limites A genética pode ter alguma influência na tendência ao desenvolvimento desse tipo de atitude.
Entretanto, os psicólogos são unânimes em afirmar que este é um comportamento aprendido. “O “pavio curto” pode ser considerado um traço de personalidade que a pessoa constrói ao longo da vida”, diz a psicóloga Maria Regina Domingues, professora da Faculdade de Medicina do ABC, em São Paulo. Em geral, se você olhar o histórico dessa pessoa, encontrará na infância uma criança mimada ao extremo, a quem não foram impostos limites. “A questão é que os pais se esqueceram de ensinar ao filho que, na vida, para se ganhar algumas coisas, é necessário perder outras. Assim, ela não aprende a ceder, nem a negociar. E quando se vê frente a uma negativa ou um obstáculo, tenta impor o seu desejo no grito”, diz a psicóloga.
Esse tipo de atitude é uma característica das pessoas sem maturidade emocional, avisa a psicodramista Sirley dos Santos Marcusso Bittú: “eles lidam mal com os limites e têm baixa resistência à frustração. Quando as coisas não acontecem como acham que deveria ser, agem como se fossem bebês crescidos, por acreditarem que não dão conta da situação. No fundo, apesar da postura de bravos, são inseguros e se sentem impotentes para encarar as dificuldades do dia-a-dia”, diz Sirley. Daí, a reação daquele chefe que cai em cima do seu subordinado, chamando-o de incompetente só porque ele (chefe) não encontrou um relatório que supostamente deveria estar em cima de sua mesa.
Ter fama de “pavio curto”, porém, gera seqüelas, a começar pelas emocionais. De modo geral, o nervosinho é uma pessoa de pouquíssimos ami gos, mas muitos desafetos.
Ele também apresenta enormes difi- culdades em criar vínculos afetivos duradouros e construir uma carreira de sucesso. A competição, para ele, é sempre encarada como um cabo de guerra, no qual o vencedor é quem grita mais. Outro traço de personalidade é que ele não sabe trabalhar em equipe. Como o nível de sua tolerância é baixo, principalmente com quem pensa ou age de forma diferente da dele, o irritadiço muitas vezes não ouve outras opiniões e não hesita em impor a sua vontade.
Crises inesperadas Mas existe um outro perfil de pessoa de quem ninguém espera um chilique e, de repente, sai do sério e explode em um ataque de nervos sem precedentes. Em geral, um dia de furacão emocional, sem aviso prévio, acomete os indivíduos contidos, calados, tímidos, com dificuldades em se expor socialmente: “Ao contrário do irritadiço, o contido, na infância, deve ter sido uma criança reprimida em suas manifestações, que não podia abrir a boca para nada e ouviu um excesso de “nãos”.
Daí aprendeu a não pedir ajuda, nem a falar o que sente ou estabelecer limites aos outros. Por isso, vai segurando, segurando até que um dia, sem agüentar mais a pressão interna, explode por coisas que não têm nada a ver com a situação conflitante em si”, detalha Maria Regina.
A confusão, em quem lida com esse tipo de explosão episódica de nervos, está na crença de que aquele que nunca se manifesta com irritação, e sempre fala baixo (ou pouco), é calmo, comedido, dono de um equilíbrio emocional de fazer inveja a muita gente. Ledo engano. “Existem inúmeras pessoas tímidas e introspectivas que sofrem de ansiedade em um grau muito elevado. O risco é que elas acabam somatizando suas emoções de uma ou outra maneira”, avisa o médico socorrista Homero Nepomuceno Duarte, professor da disciplina de Medicina de Urgência da Faculdade de Medicina do ABC.
Reações do organismo O funcionamento do corpo após um ataque de nervos volta ao normal. Então, se você é atacado pela fúria vez ou outra, tudo bem. Seu organismo está preparado para essa reação fisiológica. Mas, se as crises começam a ficar cada vez mais freqüentes e intensas, a sua saúde poderá ser prejudicada. “A medicina, de uma forma geral, ainda não sabe se indivíduos com determinadas características emocionais são suscetíveis a doenças. O que sabemos é que manter as emoções sob controle é mais saudável para o coração do que se enfurecer constantemente. Esse comportamento leva a um tremendo estresse, com liberação de adrenalina e, conseqüentemente, com elevação de pressão e taquicardia”, avisa o cardiologista Paulo Roberto Chizzola, do Hospital São Camilo, de São Paulo. Ele completa: “é comum os pacientes chegarem ao Pronto Socorro com hipertensão ou gastrite, em decorrência de explosões emocionais agudas”.
A psicóloga Maria Regina Domingues também faz um alerta: “até mesmo os mais contidos, mas, no entanto, sujeitos a explosões episódicas, podem ter uma tendência maior a apresentar também outros problemas de saúde, como dermatites e crises freqüentes de enxaqueca”. Além desses distúrbios, pessoas furiosas correm ainda o risco de deixar esse descontrole emocional se agravar a cada dia, a ponto de transformar o que era apenas um traço de sua personalidade, em um transtorno emocional severo: “uma atitude de irritação intensa e constante pode acabar levando a comportamentos extremamente agressivos, sejam eles verbais ou físicos”, alerta a especialista.

TRATAMENTOS
O caminho mais indicado para aqueles que têm pavio curtíssimo é o da psicoterapia. “Se o paciente apresenta sinais de distúrbios como gastrite, cefaléia ou problemas respiratórios, ele deve ser tratado com medicamentos apropriados para acabar com os sintomas da doença específica. Se não há nenhuma causa física que justifique a presença do distúrbio gerador dos sintomas, então o profissional deve pesquisar as causas emocionais.

É o que cabe à psicoterapia. Medicações que atuem no comportamento só podem ser indicadas quando o paciente sofre de transtornos de ansiedade que o levem a explosões freqüentes, por exemplo.

Porém, só um médico, depois do diagnóstico, pode indicar a medicação para cada caso, se for necessário”, completa o psiquiatra José Paulo C. Pinotti , do Hospital São Camilo



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