sexta-feira, 14 de agosto de 2009

BOTOX

Embora a toxina botulínica tenha surgido em 1973, quando o Dr. Edward J. Schnatz começou a empregá-la no tratamento não cirúrgico do estrabismo, ela só ganhou notoriedade mais tarde, em 1993, quando o casal de médicos canadenses Carruthers mostrou ao mundo que a mesma substância era capaz de minimizar rugas na região da testa e dos olhos (os chamados pés-de-galinha). Daí para frente, sua fama correu. Verdade que muitas mulheres se empolgaram com a promessa de juventude prolongada e exageraram na dose, contribuindo para o surgimento de uma geração sem expressão, com sobrancelha empinada (muitas vezes com ar diabólico) e testa com aparência de passada a ferro. Atualmente, por conta de materiais mais modernos e técnicas mais desenvolvidas, é possível conseguir um resultado natural (leia quadro). 'Hoje, o conceito que buscamos com a aplicação da toxina é eliminar as rugas, suavizar a expressão, deixar a aparência rejuvenescida sem exageros, e, principalmente, oferecer resultados personalizados', diz o dermatologista João Carlos Pereira, de São José do Rio Preto (SP). Com os avanços, a substância também vem ganhando novas funções, como eliminar as rugas na região do decote, deixar o nariz mais arrebitado, o olhar mais sedutor, o sorriso mais bonito.

Nariz empinado
Seu sonho de consumo é ter o nariz arrebitado? Para realizar esse desejo, basta aplicar toxina botulínica em um ponto na base. 'Mesmo pacientes jovens ou que passaram por cirurgia plástica podem fazer o procedimento', diz o dermatologista Otávio Macedo, de São Paulo. 'Outra possibilidade, para quem acredita ter as asas do nariz muito abertas, é fazer uma aplicação de pequena quantidade nessa região, para que fique menos exuberante', diz Ligia Kogos, de São Paulo. E não é só. De acordo com a dermatologista Bhertha Miyuki Tamura, há pontos novos de aplicação também nas laterais do nariz, para suavizar rugas que surgem em sorrisos muito escancarados.

Colo à prova de decote
Outra peripécia que a toxina é capaz de realizar é alisar as rugas entre os seios, que não só diminuem o impacto do decote como também adicionam alguns anos à aparência. 'Tenho conseguido excelentes resultados com o procedimento nesse caso', diz a dermatologista Christiana Monton, de São Paulo. Com cerca de 15 picadas superficiais, a técnica consegue relaxar as linhas mais discretas, que nascem na área V do colo. Segundo o dermatologista Nuno Osório, de São Paulo, o procedimento usa uma quantidade mais diluída da toxina, que atua em uma micromusculatura na região. 'Em peles com fotoenvelhecimento considerável, o resultado não é tão satisfatório', alerta.

Olhar mais sedutor
Boa parte das mulheres sabe tirar proveito do delineador e dos truques do lápis para aumentar os olhos. Ainda assim, muitas vão adorar saber que os especialistas descobriram pontos novos de aplicação da toxina botulínica, que podem deixar o olhar aceso e sensual por até seis meses (tempo médio de duração do efeito), sem precisar do auxílio da maquiagem. 'Aplica-se uma quantidade mínima da substância em dois pontos, um na pálpebra superior, para elevá-la sutilmente; e outro na inferior, para abaixá-la. Resultado: os olhos abrem e se destacam', diz João Carlos Pereira. A técnica tem feito sucesso tanto entre as orientais quanto entre as ocidentais que reclamam de ter o olhar caído. A novidade não é aconselhável para quem já fez blefaroplastia (cirurgia que corrige as pálpebras caídas). 'Acontece que, com a redução da pele das pálpebras, os olhos também ficam mais abertos. Se usarmos a toxina, eles podem ficar exageradamente expostos, mais secos e irritados', afirma o médico.



Panturrilhas redesenhadas
Mulheres que desejam reduzir a circunferência da panturrilha também estão recorrendo à toxina botulínica. Ela é injetada em cerca de 10 pontos, em um músculo da região denominado gastroctêmio. Após uma semana, a chamada batata da perna começa a encolher. O procedimento não deixa cicatrizes, mas o resultado não é lá muito notável. É uma boa opção para quem procura um efeito temporário ou uma diminuição discreta das panturrilhas. Como a área a ser tratada é maior que as regiões faciais comumente trabalhadas, a quantidade de substância também aumenta e, com ela, o preço do procedimento. No Brasil, essa técnica ainda é pouco conhecida, mas, nos Estados Unidos e principalmente na Ásia, há estudos comprovando sua eficácia.

Sorriso repaginado
Até pouco tempo atrás, quem quisesse tratar o sorriso gengival tinha que tomar anestesia geral e passar por uma cirurgia onde o osso da maxila era serrado para retirar de dois a quatro milímetros de altura da gengiva. O procedimento ainda é muito usado, mas não é mais a única opção para dar cabo do incômodo. Atualmente, é possível reduzir o sorriso gengival aplicando toxina botulínica em dois pontos na região entre nariz e boca, próximos às narinas. 'A intenção é paralisar o chamado elevador do lábio', diz Ligia Kogos. 'Apesar de o efeito durar de 4 a 5 meses, tenho observado no meu consultório que, em alguns casos, o músculo parece se adaptar e o inconveniente não retorna', afirma.

Sobrancelhas arqueadas e naturais
Antes, os médicos aplicavam a toxina botulínica de forma mais padronizada, sem levar em conta as diferenças anatômicas de cada paciente. Por conta disso, muitas vezes o resultado ficava artificial e deixava a mulher com cara de madrasta de desenho animado. Agora, sua utilização não segue tantos padrões e os profissionais estão cada vez mais atentos às particularidades de cada pessoa. Para arquear as sobrancelhas, a substância é injetada em alguns pontos na parte superior, nas extremidades, bem no centro e na glabela. Tudo para promover a elevação de toda a região frontal. 'Dessa forma, a testa fica mais lisa, as linhas próximas ao cabelo mantêm seu movimento natural, as sobrancelhas se elevam uniformemente e, consequentemente, as pálpebras superiores ganham um up', afirma o dermatologista João Carlos Pereira.

Lifting sem cirurgia
Uma das técnicas mais apreciadas no 67o Encontro Anual da Academia Americana de Dermatologia, que aconteceu este ano nos Estados Unidos, foi a aplicação da toxina botulínica em toda a face, para levantá-la, como num lifting sem cirurgia. 'A ideia é fazer não só as aplicações intramusculares tradicionais, mas também em certos músculos com fibras que se mesclam com a pele', diz Otávio Macedo. Ou seja, ao relaxar um grupo de músculos que se mescla com a pele, outros que não receberam a toxina, como reação, levantam. Para que o resultado seja notado em todo o rosto, o médico explica que a substância é aplicada em pilares de sustentação, como no pescoço (desde a mandíbula até a saboneteira), na lateral da face, no queixo, nos cantos da boca, na glabela (entre as sobrancelhas) e na área pré-auricular (perto das orelhas). 'A técnica também define a mandíbula, um traço marcante que confere jovialidade à face', diz Otávio Macedo. O especialista não indica o procedimento para quem tem flacidez exagerada no pescoço. O efeito de cada sessão dura em torno de seis meses.

Discrição é tudo
Antes de se entregar às agulhas, confira as dicas de profissionais da área para conseguir um resultado natural

Procure um profissional renomado, especialista em dermatologia ou cirurgia plástica, e não tenha vergonha de pedir para conversar com outros pacientes. Essa é uma forma segura de saber se os resultados são satisfatórios.
Uma aplicação mal feita não causa só assimetria, mas, dependendo do local da aplicação, também pode causar dificuldades para se pronunciar determinadas palavras, assobiar e até tocar instrumentos de sopro.
Hoje em dia, as aplicações são personalizadas e cada caso é estudado com cuidado. Os profissionais tendem a aplicar menos toxina e até conservar alguns movimentos naturais. Por isso, não teime com o seu médico quando ele quiser negociar os lugares a serem suavizados.
Não tenha medo de associar a toxina botulínica ao preenchimento. Às vezes, essa combinação é necessária e contribui para um resultado mais global e natural.

Cuidados logo após a aplicação
Evite deitar-se nas próximas quatro horas, pois pode atrapalhar a distribuição da toxina na pele.
Não faça massagens, limpeza de pele e evite expressões faciais exageradas pelas próximas 24 horas.
O ideal é adiar a ida à academia até o dia seguinte, mas, se não for possível, espere no mínimo seis horas antes de começar a suar o top e levantar halteres.
Respeite o intervalo de pelo menos quatro meses entre as aplicações, senão pode criar o chamado efeito vacina, quando o organismo produz anticorpos contra a própria toxina e ela perde o efeito.


* Colaborou Sandra Hirata
Foto: Paul Bradbury (gettyimages)





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